Me tornei mulher porque me tornei independente, antes de tudo.
Não sou de frescura e muito menos de compulsões consumistas.
Mas ainda tenho um lado mulherzinha: choro à beça, sou louca por flores, não vivo sem meus hidratantes, aprecio o cavalheirismo, gosto de ficar de mãos dadas no cinema, devoro revistas de moda, me interesso por decoração e fico chocada quando escuto expressões grosseiras.
Ah, e calço 36.
o que se desatou num só momento não cabe no infinito, e é fuga e vento" "mas as coisas findas, muito mais que lindas, essas ficarão." Carlos Drummond de Andrade
quinta-feira, 28 de abril de 2011
Martha Medeiros
Como é incômodo estar diante de uma pessoa com quem se trocou emoção intensa e depois cruzar com ele na rua e dizer apenas: tudo bem?
Martha Medeiros
Beijo é maravilhoso porque você interage com o corpo do outro sem deixar vestígios, é um mergulho no escuro, uma viagem sem volta. Beijo é uma maneira de compartilhar intimidades, de sentir o sabor de quem se gosta, de dizer mil coisas em silêncio. Beijo é gostoso porque não cansa, não engravida, não transmite o HIV. Beijo é prático porque não precisa tirar a roupa, não precisa sair da festa, não precisa ligar no dia seguinte. E sem essa de que beijo é insalubre porque troca-se até 9 miligramas de água, 0,7 grama de albumia, 0,18 de substâncias orgânicas, 0,711 miligrama de matérias gordurosas e 0,45 miligrama de sais, sem contar os vírus e as bactérias. Quem está preocupado com isso? Insalubre é não amar.
Martha Medeiros
hoje me desfiz dos meus bens
vendi o sofá cujo tecido desenhei
e a mesa de jantar onde fizemos planos
o quadro que fica atrás do bar
rifei junto com algumas quinquilharias
da época em que nos juntamos
a tevê e o aparelho de som
foram adquiridos pela vizinha
testemunha do quanto erramos
a cama doei para um asilo
sem olhar pra trás e lembrar
do que ali inventamos
aquele cinzeiro de cobre
foi de brinde com os cristais
e as plantas que não regamos
coube tudo num caminhão de mudança
até a dor que não soubemos curar
mas que um dia vamos
vendi o sofá cujo tecido desenhei
e a mesa de jantar onde fizemos planos
o quadro que fica atrás do bar
rifei junto com algumas quinquilharias
da época em que nos juntamos
a tevê e o aparelho de som
foram adquiridos pela vizinha
testemunha do quanto erramos
a cama doei para um asilo
sem olhar pra trás e lembrar
do que ali inventamos
aquele cinzeiro de cobre
foi de brinde com os cristais
e as plantas que não regamos
coube tudo num caminhão de mudança
até a dor que não soubemos curar
mas que um dia vamos
Martha Medeiros
Martha Medeiros
"Viva as válvulas de escape, que lamentavelmente não gozam de boa reputacão.Não sei quem inventou que é preciso ser a gente mesmo o tempo todo, que não se pode diversificar. Se fosse assim, não existiria o teatro, o cinema, a música, a escultura, a pintura, a poesia, tudo o que possibilita novas formas de expressão além do script que a sociedade nos intima a seguir: nascer-estudar-casar-ter filhos-trabalhar-e-morrer."
Ana Jácomo
Às vezes, na estranha tentativa de nos defendermos da suposta visita da dor, soltamos os cães. Apagamos as luzes. Fechamos as cortinas. Trancamos as portas com chaves, cadeados e medos. Ficamos quietinhos, poucos movimentos, nesse lugar escuro e pouco arejado, pra vida não desconfiar que estamos em casa. A encrenca é que, ao nos protegermos tanto da possibilidade da dor, acabamos nos protegendo também da possibilidade de lindas alegrias. Impossível saber o que a vida pode nos trazer a qualquer instante, não há como adivinhar se fugirmos do contato com ela, se não abrirmos a porta. Não há como adivinhar e, se é isso que nos assusta tanto, é isso também que nos dá esperança.
É maravilhoso quando conseguimos soltar um pouco o nosso medo e passamos a desfrutar a preciosa oportunidade de viver com o coração aberto, capaz de sentir a textura de cada experiência, no tempo de cada uma. Sem estarmos enclausurados em nós mesmos, é certo que aumentamos as chances de sentir um monte de coisas, agradáveis ou não, mas o melhor de tudo, é que aumentamos as chances de sentir que estamos vivos. Podemos demorar bastante para perceber o óbvio: coração fechado já é dor, por natureza, e não garante nada, além de aperto e emoções mofadas. Como bem disse Virginia Woolf, “não se pode ter paz evitando a vida.”
Ana Jácomo
Desejo que a sua vida inteira seja abençoada, cada pequenino trecho dela, em toda a sua extensão. Que cada bênção abrace também as pessoas que ama e seja tão vasta que leve abraço a outros tantos seres, sobretudo àqueles que mais sofrem, seja lá por que sofrem. Desejo que os nós que apertam o seu coração sejam gentilmente desatados e que os sentimentos que os formaram se transformem na abertura capaz de criar belos laços de afeto. Desejo que o seu melhor sorriso, esse aí tão lindo, aconteça incontáveis vezes pelo caminho. Que cada um deles crie mais espaço em você. Que cada um deles cure um pouco mais o que ainda lhe dói. Que cada um deles cante uma luz que, mesmo que ninguém perceba, amacie um bocadinho as durezas do mundo.
Desejo que volte para o seu mar quantas vezes forem necessárias até encontrar o seu tesouro. Que quando encontrá-lo, não seja avarento. Que descubra maneiras para compartilhar a sua felicidade, o jeito mais gostoso para se expandir a riqueza. Desejo que quando os ventos da mudança ventarem mais forte, e sentir medo de ser carregado junto com tudo o que parecerem arrastar, você já conheça o lugar onde nada pode arrastá-lo. Que já saiba maneiras de respirar mais macio, quando as circunstâncias lhe encurtarem o fôlego. Que, com o passar do tempo, a sua alma se torne cada vez mais maleável, mas que seja firme o bastante para nunca desistir de você.
Desejo que tudo o que mais lhe importa floresça. Que cada florescimento seja tão risonho e amoroso que atraia os pássaros com o seu canto, as borboletas com as suas cores, o toque do sol com seu calor mais terno, e a chuva que derrama de nuvens infladas de paz. Desejo que, mais vezes, além de molhar só os pés, você possa entrar na praia da poesia da vida com o coração inteiro e brincar com a ideia que cada onda diz. Que, ao experimentar um caixote ou outro, não se arrependa por ter entrado na água, nem desista de brincar. Todo mundo experimenta um caixote ou outro, às vezes um monte deles, quando se arrisca a viver. O outro jeito é estar morto. O outro jeito é não sentir.
Desejo que não tenha tanta pressa que esqueça de colher estrelas com os olhos, nas noites em que o céu vira jardim, e levar para plantar no seu coração as mudas daquelas mais luzentes. Que tenha sabedoria para encontrar descanso e alimento nas coisas mais simples da vida. Que a cada manhã a sua coragem acorde bem juntinho de você, sorria pra você, e o convide para viverem uma história toda nova, apesar do cenário aparentemente costumeiro. Que tenha saúde no corpo, saúde na alma, saúde à beça.
Desejo que encontre maneiras para ser feliz no intervalo entre o instante em que cada dia acorda e o instante em que ele se deita pra dormir, porque a verdade é que a gente não sabe se tem outro dia. Que quanto mais passar a sua alma a limpo, mais descubra, mais desnude, mais partilhe, com medo cada vez menor, a beleza que desde sempre você é. Que se sinta livre e louco o bastante pra deixar a sua essência florir.
Ana Jácomo
Um dia desses, papo descontraído, uma colega de trabalho contou uma história que eu achei bem bonita, meu coração garimpeiro atento para descobrir preciosidades entre as outras coisas recolhidas na mina de cada instante.
Estava na casa do irmão, quando a sobrinha, criança na época, demonstrou tristeza no momento em que a tia comentou que havia chegado a hora de ir embora.
“Você vai me deixar sozinha?”
“Não, querida, você não vai ficar sozinha, vai ficar com a sua mãe e com o seu pai...”
A menina, numa dessas sábias tiradas amorosas que criança diz sem cerimônia, e adulto, por mais que sinta tão sinceramente, tantas vezes fica encabulado pra dizer, mandou esta:
“Eu sei, mas eu vou ficar sozinha de você!”
Este é um dos poemas mais lindos, eloquentes, instantâneos, que já li sobre a natureza da saudade. Inclusive, de nós mesmos.
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Mochileira
Mochileira deite comigo essa noite
E conte aquela velha história
De como as noites são claras em Machu Pichu
E os dias dourados na Califórnia
Moça eu não vou precisar ler na sua mão
Pra saber que você não vai voltar
Pra vida maluca das pessoas
Do mundo
Das formigas tentando se esconder da chuva
Pedro saiu numa barca pro Nepal
Vera estava em Amsterdã
Porque não tentar algo mais divertido que casar com executivos
E acabar achando excitante
A reunião semanal da confraria dos amantes
Das delícias da boa velha tecnocracia
Dance mochileira que eu toco a guitarra
Moça eu sei que não é legal
Ficar sozinha quando o velho medo vem
E essa noite em Cuzco é tão fria
Me passe a garrafa de vinho
Sim, eu posso ver
Que os tempos tem sido maus com você
Mas os Deuses eles sabem
Que valeu a pena segurar essa barra
Moça o céu é seu amigo
Enquando durar essa farra
E depois você é mesmo
Do tipo de cigarra
Que canta na chuva
Dance mochileira que eu toco a guitarra.
Mochileira - Almir Sater
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Vaine Darde
No Dia em que Eu Passar Indiferente
No dia em que eu passar indiferente
à miséria que dorme nas calçadas,
que passe pela dor sem sentir nada
nem sinta em mim a dor dos inocentes...
No dia em que eu contemple e tudo aceite
da agonia infantil abandonada,
e a velhice indefesa e maltratada
aos meus olhos não seja comovente,
Quando eu veja e não chore o mal alheio
e consinta que um cão fareje a fome
e que um anjo pernoite sem esteio,
Então declinarei do que hoje creio
e sentirei vergonha de ser homem
e o Belo, além de inútil, será feio.
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Lya Luft
” Sei que todos algum dia acordamos com a senhora desilusão sentada na beira da cama. ¨
Mas a gente vai à luta e inventa um novo sonho, uma esperança,
mesmo recauchutada: vale tudo menos chorar tempo demais.
Pois sempre há coisas boas para pensar.
Algumas se realizam.
Criança sabe disso”.
Mas a gente vai à luta e inventa um novo sonho, uma esperança,
mesmo recauchutada: vale tudo menos chorar tempo demais.
Pois sempre há coisas boas para pensar.
Algumas se realizam.
Criança sabe disso”.
Lições de vida que o ipê nos dá
O ipê é uma árvore nativa considerada como símbolo do Brasil. Pode ser achado em todo nosso território. Sua madeira, em algumas espécies, é acinzentada, clara, dura e muito resistente, que suporta bem a umidade; flexível e difícil de serrar. É usada na construção civil como vigas, ripas e assoalhos; na construção naval e em obras externas como postes, cercas e dormentes; na medicina, o seu uso é um o mais diverso. Ela explode em flores entre junho a setembro, tornando-se, irresistivelmente, encantadora aos olhos.
Sempre acho que a natureza é um grande mestre silencioso. Ela não grita, não se move, não é condecorada nem remunerada; mas é capaz de transmitir-nos lições maravilhosas. A primeira lição que aprendo foi que o ipê não se preocupa em estar sem flores e folhas na primavera. Há pessoas que interpretam a vida de uma forma extremamente equivocada. Pensam que a vida é uma festa eterna, que tudo é uma grande brincadeira, que podem conduzir-se de qualquer maneira e, no final, tudo acabará bem. Sempre querem produzir flores e folhas, não respeitando as estações da vida.
A segunda coisa que aprendo com o ipê é que ele sabe que deve reservar energias para florir no inverno. Há um tempo de maior produção. Maior efetividade, de se aplicar mais, de investir mais em coisas e pessoas. O ipê sabe que durante o verão e primavera precisará guardar suas forças, sais, água e energias para sua hora. Ele reserva tudo para o momento certo.
Vejo pessoas pelas ruas se matando e jogando suas energias futilmente, desnecessariamente. Não sabem esperar mais um pouco, não sabem se guardar para o dia certo.
A terceira lição é que ele não aparece quando todas flores aparecem, sabe estar só.
Se você olhar para ele na primavera será levado a ter dó. Seco, áspero, desprovido de tudo que é belo e atraente, solitário. Uma simples margaridinha jogada ao chão atrai mais os olhares do que seus quase dez metros de altura. Ele fica lá. Seco, firme, sem ciúmes nem inveja das plantas que brotam e são admiradas na primavera. Ele sabe estar só, esperando sua oportunidade de brilhar no cenário da vida.
A quarta lição é a que ele nasce enquanto todos morrem. De repente, a primavera parte para longe. As facilidades desaparecem, as chuvas somem, o solo fica seco e duro. O inverno chega com uma força destrutiva e leva tudo o que é verde; tudo que floresceu na facilidade da primavera. Olhamos para onde havia vida abundante e somos levados por um desgosto inevitável. Murcho, morto, triste, vazio. Mas, na magia daquele que soube esperar a hora de brilhar, de aparecer, de nascer, de explodir em vida, aparecem as flores do ipê: rosas, roxas, amarelas, brancas. No meio do inverno duro da vida, de tanto caos, perdas e decepções, creio que flores podem nascer. Há vida no inverno. Olhe para os ipês!
Por Dio Rocha
O Outono
O Biólogo da USP Gilberto Kerdauy, descreve, de forma científica, o que acontece nesta estação do ano:
“Trata-se de uma estratégia das plantas para se proteger do frio, reduzindo ao máximo seu gasto de energia. Quando chega o outono e os dias começam a ficar mais curtos, a natureza está sinalizando às árvores que chegou o momento de modificar algumas de suas características.
Com menos luz solar, a primeira alteração é parar de produzir clorofila, a substância responsável pela absorção do gás carbônico e sua transformação em carboidratos, usados na geração de energia para a planta.
Com a diminuição da clorofila, as folhas das árvores tornam-se amareladas ou avermelhadas. A planta começa, então, a produzir um hormônio chamado ácido abscísico. Ele se acumula na base da haste das folhas, o pecíolo, matando as células daquela região.
O pecíolo acaba se rompendo e a folha cai, sem precisar mais ser alimentada pela árvore, que pode, então, usar essa energia para seu próprio aquecimento.”
O verão acabou. Sol, excesso, chuvas torrenciais, exuberâncias, risos, peles queimadas, o deliciar de um sorvete, liberdade, dias longos, estas coisas que o acompanhavam partem ao seu lado.
Saímos pelas ruas, praças e jardins, e o que percebemos é que tudo mudou. As cores, os aromas, a durabilidade dos raios solares. Tudo agora é mais escasso, diminuído. Outono é sinal de mudanças, de perdas.
A sabedoria da natureza capacita as árvores, preparando-as para a grande e mais notável transição; é um momento de perdas e de reelaboração para o inverno.
Eu e você estamos imbuídos neste mesmo processo.
A vida é marcada por estações, por fases, por períodos, por momentos que mudam-se a cada instante.
Às vezes, estamos usufruindo do melhor, onde as coisas acontecem, favoravelmente, conosco. Tudo brilha, sorrimos sem motivos, sobra-se otimismo, casamento em pleno esplendor, filhos destacando-se na vida acadêmica, plenitude na vida profissional, agradável e saudável relação espiritual com Deus, saúde em pleno vigor, produtividade em todos os tipos de relações, e, de repente, desaparece tudo isto.
É o outono que chega sobre nossa acomodada vida.
Vem do nada, como um ladrão na surdina da noite, e arrebata tudo, sem que haja poder para reagirmos ou nos defender.
O outono é a estação das perdas. Perder é “osso”, como diz um amigo meu. O outono é aquele período onde as coisas param de dar certo!
Quando parece que a sorte foge de nossa presença, quando o riso se esconde nos cantos dos lábios, é aquele período quando a aparência se deforma, é quando a esperança que se vestiu de verde esmeralda, recebe tons amarelados, desbotados, e por não suportar mais, cai.
É quando os dias ficam curtos demais, é aquela fase quando a escuridão aparece repentinamente.
Ninguém quer isto. Não projetamos estas perdas, não idealizamos estes desconfortos, não desejamos olhar as folhas verdes se amarelarem, não queremos mudanças, não queremos coisas curtas, não queremos que as folhas caem. Putz, parece uma grande injustiça a chegada do outono! Verão deveria estar ligado à primavera!
Mas não é assim a vida. Verão trás em sua boleia o encardido outono.
Uma luta universal do bem contra o mal, da luz contra as trevas, do prazer contra o desprazer, do verde contra o amarelo, do levantar e do cair, do sorriso e da dor...
Não crescemos na bonança, não evoluímos na prosperidade, não avançamos quando estamos na zona de conforto, por isto Deus permite a chegada do outono.
É um grito divino para nos alertando de que a vida não é só verão, que ela não é uma festa eterna. Outono é um grito que nos faz acordar para o inverno.
É a cigarra daquela conhecida história. Outono é um alerta para que saiamos deste comodismo e nos preparemos para a chegada do frio, da escassez absoluta do inverno. Outono é uma estação para jogarmos fora as folhas velhas daquela relação que deveria ter parado, é tempo para colocarmos um ponto final naquele velho sonho obsoleto, naquele projetinho vagabundo, no amor frívolo que te faz sofrer, naquela situação que te amarra e, paulatinamente, te come por dentro, daquela velha maneira de pensar e sentir, naquele utópico comportamento desagradável.
Outono é uma transição para reformas. Tempo de perder, mas perder para o bem, perder pra evoluir, perder pra se achar. Outono é tempo para aprendermos a não gastar energia com coisas e pessoas que não valem à pena. Outono é tempo para fazermos reservas de energias vitais, é quando a perda se transforma em ganho.
Por Dio Rocha
Ana Jácomo
Amar é um desafio dos grandes e dos bons. Pede que a gente cresça junto e leve luz a um monte de sombras. Às vezes, a gente consegue; outras, não. Uma história de amor é coragem de dois.
ANA JÁCOMO
ANA JÁCOMO
domingo, 10 de abril de 2011
Manoel de Barros
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Quando a razão diz não e o coração diz sim
Por Sandra Maia
O que fazer quando queremos, de todo coração, o outro e, ao mesmo tempo, a razão nos diz: “Calma! Não! Ainda não.” O que fazer?! O que vai ser: amor ou amizade?! Entrega ou abandono?! Verdade ou ilusão?! Medo ou amor? Razão ou emoção?!
Esta semana, assisti a um filme que trata disso tudo. Da dúvida, da renúncia, do cuidado e, acima de tudo do amor, do compromisso, da escolha, da força. “Amor e Outras Drogas” tem como pano de fundo a guerra dos laboratórios para se manter no mercado farmacêutico e, só por isso, vale a sessão.
A questão é que, com o desenrolar do filme, a história se transforma e o personagem central acaba por viver uma linda história de amor – a qual, posso assegurar, poucos teriam a coragem de assumir.
Renúncia
Deixando o filme de lado, a questão hoje é: até que ponto estamos prontos para renunciar ao que temos por uma história de amor?! Não estou tratando aqui daquelas paixões infantis, do amor em uma cabana, de Romeu e Julieta. Estou, sim, convidando você leitor a refletir sobre aquele amor que nos faz melhor. Faz-nos ficar do lado do outro com todas as suas questões.
Importante: também não estou tratando aqui de relações doentes. Aquelas em que o que impera é a violência e a agressão. Não! Falo das relações de dois inteiros, que decidem ficar juntos para construir uma família, estão unidos pelo amor que não cobra, não controla, não mata.
Difícil nos dias de hoje?! É, diria a você que sim! Num mundo global, multicultural e veloz muito além da diversidade, está o descartável. Parece mesmo que vivemos na era do tanto faz. Começo uma relação aqui, termino ali, pego outra lá e assim vamos.
Tudo, tudo descartável.
Pressa
Não há, nesse movimento, espaço para conhecer a si mesmo, o que conta, os sonhos, os planos, a vida, assim como não há qualquer disponibilidade de conhecer ao outro. Seus sonhos, seus planos, sua essência.
Saímos por aí apressados, tentando nos esconder de nós mesmos e entramos em uma relação atrás da outra em busca de um pouco de prazer que anestesie a nossa dor do auto-abandono – e então confundimos isso com amor.
Conheço inúmeras pessoas nessa toada. A vida parece uma roleta russa. E, os relacionamentos, uma fuga. Uma necessidade absurda de se sentir bem – custe o que custar.
Na contramão, bem, na contramão ainda há aqueles que acreditam que uma relação é para sempre. E, então, que delícia! Que bom conviver com amigos que fizeram essa escolha e – sem se anular – evoluem.
Ontem, almoçando com um casal de amigos, que lição! Eles comemoravam os 25 anos de casados, já com planos para chegar aos 50 anos de casados. Ele afirmava:
“Na minha família é assim. Casamos para construir. Para crescer junto. Não pensamos em nos separar. Não pensamos em começar algo que não tem futuro. Por isso, conversamos, discutimos os problemas muito antes de discutir a relação… Sabemos separar o que é certo e errado do estar certo ou errado. Somos muito felizes. Temos lá nossos altos e baixos, mas o que prevalece é o amor que sentimos um pelo outro.”
Fácil?! Você pode conversar com casais mais velhos e bem sucedidos e então compreender que não, não é fácil. Mas é tão recompensador que vale mesmo todo o tempo empregado.
Então troque, converse com outros casais, converse com seu parceiro ou parceira, aprenda a construir. E, se ainda tiver dúvidas, assista ao filme e comente. O tema é sério e vale uma reflexão.
Afinal, de fato, não temos mais do que esse momento aqui e agora para dizer EU TE AMO… Então, se você estivesse no lugar do personagem central do filme, trocaria tudo por um grande amor?! Qual sua escolha?
Escolhas, sempre escolhas.
O que fazer quando queremos, de todo coração, o outro e, ao mesmo tempo, a razão nos diz: “Calma! Não! Ainda não.” O que fazer?! O que vai ser: amor ou amizade?! Entrega ou abandono?! Verdade ou ilusão?! Medo ou amor? Razão ou emoção?!
Esta semana, assisti a um filme que trata disso tudo. Da dúvida, da renúncia, do cuidado e, acima de tudo do amor, do compromisso, da escolha, da força. “Amor e Outras Drogas” tem como pano de fundo a guerra dos laboratórios para se manter no mercado farmacêutico e, só por isso, vale a sessão.
A questão é que, com o desenrolar do filme, a história se transforma e o personagem central acaba por viver uma linda história de amor – a qual, posso assegurar, poucos teriam a coragem de assumir.
Renúncia
Deixando o filme de lado, a questão hoje é: até que ponto estamos prontos para renunciar ao que temos por uma história de amor?! Não estou tratando aqui daquelas paixões infantis, do amor em uma cabana, de Romeu e Julieta. Estou, sim, convidando você leitor a refletir sobre aquele amor que nos faz melhor. Faz-nos ficar do lado do outro com todas as suas questões.
Importante: também não estou tratando aqui de relações doentes. Aquelas em que o que impera é a violência e a agressão. Não! Falo das relações de dois inteiros, que decidem ficar juntos para construir uma família, estão unidos pelo amor que não cobra, não controla, não mata.
Difícil nos dias de hoje?! É, diria a você que sim! Num mundo global, multicultural e veloz muito além da diversidade, está o descartável. Parece mesmo que vivemos na era do tanto faz. Começo uma relação aqui, termino ali, pego outra lá e assim vamos.
Tudo, tudo descartável.
Pressa
Não há, nesse movimento, espaço para conhecer a si mesmo, o que conta, os sonhos, os planos, a vida, assim como não há qualquer disponibilidade de conhecer ao outro. Seus sonhos, seus planos, sua essência.
Saímos por aí apressados, tentando nos esconder de nós mesmos e entramos em uma relação atrás da outra em busca de um pouco de prazer que anestesie a nossa dor do auto-abandono – e então confundimos isso com amor.
Conheço inúmeras pessoas nessa toada. A vida parece uma roleta russa. E, os relacionamentos, uma fuga. Uma necessidade absurda de se sentir bem – custe o que custar.
Na contramão, bem, na contramão ainda há aqueles que acreditam que uma relação é para sempre. E, então, que delícia! Que bom conviver com amigos que fizeram essa escolha e – sem se anular – evoluem.
Ontem, almoçando com um casal de amigos, que lição! Eles comemoravam os 25 anos de casados, já com planos para chegar aos 50 anos de casados. Ele afirmava:
“Na minha família é assim. Casamos para construir. Para crescer junto. Não pensamos em nos separar. Não pensamos em começar algo que não tem futuro. Por isso, conversamos, discutimos os problemas muito antes de discutir a relação… Sabemos separar o que é certo e errado do estar certo ou errado. Somos muito felizes. Temos lá nossos altos e baixos, mas o que prevalece é o amor que sentimos um pelo outro.”
Fácil?! Você pode conversar com casais mais velhos e bem sucedidos e então compreender que não, não é fácil. Mas é tão recompensador que vale mesmo todo o tempo empregado.
Então troque, converse com outros casais, converse com seu parceiro ou parceira, aprenda a construir. E, se ainda tiver dúvidas, assista ao filme e comente. O tema é sério e vale uma reflexão.
Afinal, de fato, não temos mais do que esse momento aqui e agora para dizer EU TE AMO… Então, se você estivesse no lugar do personagem central do filme, trocaria tudo por um grande amor?! Qual sua escolha?
Escolhas, sempre escolhas.
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