Uma vez a atriz e cineasta Carla Camuratti declarou, numa entrevista, que um bom beijo é melhor do que uma transa insossa. Quando a escutei dizendo isso, pensei: "então não sou só eu".
Estou com Carla: o beijo é a parte mais importante da relação física entre duas pessoas, e se ele não funcionar, pode desistir do resto.
A Editora Mandarim acaba de lançar um livro que reúne ensaios de diversos intelectuais a respeito do assunto. O nome do livro é O Beijo - Primeiras Lições de Amor, História, Arte e Erotismo.
Os autores discutem o beijo materno, o beijo nos contos-de-fadas, o beijo traiçoeiro de Judas, os primeiros beijos impressos em cartazes, o beijo na propaganda, o mais longo beijo do cinema e todas as suas simbologias.
Às vezes o livro fica prolixo demais, mas ainda assim é um assunto tentador.
Procure-o nas melhores casas do ramo. O livro, porque beijo não está à venda.
Todo mundo sonha com aquele beijo made in Hollywood, que tira o fôlego e dá início a um romance incandescente.
Pena que nem sempre isso aconteça na vida real.
O primeiro beijo entre um casal costuma ser suave, investigativo, decente.
Aos pouquinhos, no entanto, acende-se a labareda e as bocas dizem a que vieram.
Existe um prazo para isso acontecer: entre cinco minutos depois do primeiro roçar de lábios até, no máximo, cinco dias.
Neste espaço de tempo, ainda compreende-se que os beijos sejam vacilantes: tratam-se de duas pessoas criando um vínculo e testando suas reações.
Mas se a decência persistir, não espere ver estrelinhas na etapa seguinte. A química não aconteceu.
Beijo é maravilhoso porque você interage com o corpo do outro sem deixar vestígios, é um mergulho no escuro, uma viagem sem volta.
Beijo é uma maneira de compartilhar intimidades, de sentir o sabor de quem se gosta, de dizer mil coisas em silêncio.
Beijo é gostoso porque não cansa, não engravida, não transmite o HIV.
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